Ven Vershbow do sempre profícuo “Institute of the Future of the Book” aborda no respectivo blogue alguns pontos importantes sobre o projecto Google “Book Search” (GBS). Vershbow faz finca-pé ao dominante status quo opinativo no que concerne à imensa vaga pró-googliana de digitalização das bibliotecas. E ainda recentemente uma considerável parte das associações de editores académicos e universitários americanos acabaram por se render ao Google.
Vershbow critica o facto do google no GBS ficar com um domínio excessivo sobre os documentos digitais, e deste modo o seu acesso ficar muito condicionado doravante; do google, no GBS, ter um controle absoluto sobre o processo de indexação, da recuperação de informação, ou da ordenação de resultados nas pesquisas (e das bibliotecas/ários serem literalmente postas/os de parte neste campo) ; do próprio GBS não ser um fim em si mesmo mas sobretudo um instrumento para o google, depois de na actualidade já exercer um forte domínio na gestão e difusão da informação não académica, querer também dominar este restante domínio. E quando o google alcançar este propósito corrermos o risco de o google apenas se concentrar na posse de obras digitais que mais lhe convêm possuir/administrar, e não as que verdadeiramente mais importância assumem para o conhecimento Humano.
Vershbow também chama a atenção que o domínio do google sobre um imenso acervo bibliográfico possa desvirtuar o sentido da biblioteca universitária (ou mesmo da universidade), em funções, por exemplo, de entidade de apoio ao ensino e investigação, pelo facto de o google chamar a si próprio essa função no GBS. Vershbow alerta os bibliotecários para o facto de não deixarem nas mãos do google todo o processo de tratamento documental e recuperação de informação, só porque acham que o Google age sempre de boa fé. Por outro lado Vershbow critica o google de cada vez condicionar mais o “Open Acess” e da maioria da acervo digital na posse do google apenas ser passível de ser pesquisado em motores de busca do google ; e das bibliotecas digitais se concentrarem cada vez mais nas grandes instituições (com as de menor dimensão a sujeitaram-se ao arbítrio destas)
A propósito do Google Book Search, esta semana foi disponibilizado o website deste projecto em brasileiro. Que me recorde é a primeira vez que a google disponibiliza um serviço em Língua Portuguesa que não seja primeiro em português de Portugal. A título de exemplo, um dos mais importantes serviços do Google: o “Google Notícias”, em versão Portuguesa apenas tinha, até há pouco tempo, o domínio http://news.google.pt/, apesar da maioria das notícias serem relativas ao Brasil. A extensão com.br do “Google Notícias” é muito recente. Claro que se percebe que o Google está “paqueirando” o Brasil para digitalizar as suas maiores bibliotecas. Mas provavelmente vamos ter que nos habituar doravante a ler projectos google primeiro em português brasileiro. É que só a cidade de São Paulo tem quase o número de internautas que Portugal inteiro. Etiquetas: Bibliotecas Digitais e Virtuais, Bibliotecas e o Google |
Meus Amigos este blog está muito bom.
Parabéns por este trabalho.